terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Julho

Quando se depara, 
quando se desprende,
quando se assusta ao me ver.
Assim, tudo mudado, 
e tudo diferente
e o tempo que não para de correr.

Faz tempo que não vejo, 
que não volto atrás.
Aprendi aos poucos a me libertar.

Algemas e correntes,
mas tudo, de repente,
parece agora se desenquadrar.

Quando notar, estarei diante de você
devolvendo as mentiras,
com a melhor das rimas
tentando te dizer.

Há canções que falam por si só,
e essa fala sobre mim,
de tudo que eu pensava sobre nós.

E hoje o tempo que não para de correr,
me trouxe perto de você,
pra que eu possa ir embora.

O futuro que você não construiu,
e aquela noite de abril,
não me faz falta agora.

Neblina

Ela vem de um jeito que eu tento observar,
e tudo se torna do jeito,
do jeito manso que ela dá.

Perdida na sua neblina,
não nota a menina
que ainda te há,

Me contou sobre os seus segredos,
que eu jamais saberia dizer.
De manhã quando acordo cedo,
não escondo o medo
de nunca te ter.

Deixa eu te contar tudo que eu enxergo em você.
Mesmo que num breve olhar,
antes mesmo de te conhecer.

É pequena, é suave, é veloz.
É a dona dessa minha voz.
É o pedaço perdido de mim que acabei de encontrar.

E o tempo nos torna ninguém
diante de tudo que há.
De manhã quando acordo cedo,
eu sonho olhando você acordar.