quinta-feira, 11 de março de 2010

Canção calada


Preto e branco

Meio grisalho num novo rosto que nasce.

Prisão e liberdade

Deixa a gente dançar no acaso que age.


Grito e silêncio

Há dentro da voz

Pernas e braços

Nos desatam os nós.


Seco e molhado

Os beijos que demos

Doce e salgado

O sabor do veneno.


Canto e espanto

Um teatro, trágico.

Luz e escuridão

Feitos de sonhos meus.


Lua e sol

Ilha e farol

Desejo e solidão

Casais são casais

Barcos e cais

Deixa-me velejar!


Dia e noite

Eu tento lhe esquecer,

Mas se o raio de sol se esconde no brilho de outras estrelas

Para a nossa vida separar,

Olha para mim, pois

Nos teus olhos, há a luz

Pra te enxergar.

2 comentários:

Madame Morte disse...

Lembra os poemas parnasianos e os modernistas ao mesmo tempo, é reto mas é torto, é simples mas é belo.

Silence is deafening, there's no reason to talk, there's no reason to hear.

Isadora. disse...

Mas eu posso imaginar o raio de sol brilhando sozinho. Sempre brilha.

Eu já disse várias vezes, não dá pra cansar.
Não custa dizer de novo : Lindo.