domingo, 26 de setembro de 2010

Ventania


Esse silêncio já não invade as portas do meu quarto,
Dessa prisão fria em que estou condicionada,
A tua parede de lembrança congela esta minha falta
Ainda tão viva e quente em minhas mãos.

Calei-me pela pura ilusão de te pertencer,
De flutuar nas tuas ausências
Sempre que,
ao te ver,
já não te vejo.
Onde está você, desejo?
Há quem pertence agora?

Há um barulho aqui dentro – bate a porta do armário.
O teu vento acabou de passar por mim.
Mas ele já não desmorona, nem causa impacto
Só deixa as sementes do fruto do fim.

Deixa-me só com a lua,
Que eu te prometo fingir,
que no fundo de mim,
Ainda sou tua.

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