sexta-feira, 28 de maio de 2010

Veleiro



A onda bate,
quebra na pedra.
As horas batem,
a falta aperta.
É inútil crer no tempo.

Há um talho, uma fenda,
Que deixa passar por dentro de mim uma luz estranha,
Ela me ganha e, por um só momento,
Traz-me paz.

Mas enquanto houver meu amor em movimento,
Ah! Desmanchei-me tanto pelo velho vento,
Hoje já não me importo em voar.

Deixe que a saudade se cale no momento,
Há um barco no mar. Ah! Quanto tempo...
Puseste meu coração mar a dentro.

Um comentário:

Marcos de Sousa disse...

Amei o poema. Lindo demais.