Moço, me dê um real para comprar um pão?
Sei que o sinal já vai abrir, mas não me leve a mal
Sinto fome e nessas horas ela não dá perdão.
Moço, te juro que é para o pão
Nessas ruas eu ando atrás de ilusão
Me esquivo da vergonha, eu nem quis nascer, foi a cegonha
Ela não me deu o direito a dizer não.
Moço, é só um segundo da sua atenção,
Minhas mãos estão livres, meus sonhos plantados na contramão
Será que você poderia ajudar um pobre menino
Que precisa de um pão?
Moço, perdoe atrapalhar o senhor na direção,
É que nesse mundo sujo eu me arrasto no chão
E se esse mundo é nossa casa, eu vivo no porão,
Perdoe a minha falta de educação.
Moço, você que me lê, presta atenção
Num poema tão pobre onde todas as rimas terminam com ão,
Há um menino que chora tão baixo na esquina
de frente pra tua retina
de frente pra tua retina
Vivendo da sua ruína
Exclamação!
2 comentários:
Belo texto. Um dos melhores se não o melhor...
Parabéns Marizinha... Quando é sério, é serio, já dizia o poeta.
bjos.
sensacional otimo texto
merecia ser uma daquelas cronicas de jornal
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