Passo o tempo falando de nada
Pela calçada, em largos passos
Como se o girar das horas
Fosse o cantar dos pássaros.
Vago e calo
Toda dor que existe enterrada
Bem no fundo de uma areia molhada
Pelas lágrimas que dos meus sonhos caíram.
Embora eu seja só alegria,
Como o doce da luz do sol de cada dia
Eu também sei reconhecer
Que o breu da noite faz parte de mim.
E mesmo sabendo o quão livre eu estou
Sinto saudade da almeja
E da alma pequena que me acorrentou.
Apenas costume de não saber viver
De acreditar que as lágrimas regarão meus sonhos
Quando os sonhos já não fazem sentido.
Já não me resta descobrir quantas interrogações há em mim,
Cabe-me aceitar os pontos finais.
Porque a vida vai continuar zombando
E as horas passando como sinais.
E o tempo não espera,
É como flor de primavera
Que quer brotar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário