segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Atualmente


Passo o tempo falando de nada

Pela calçada, em largos passos

Como se o girar das horas

Fosse o cantar dos pássaros.


Vago e calo

Toda dor que existe enterrada

Bem no fundo de uma areia molhada

Pelas lágrimas que dos meus sonhos caíram.


Embora eu seja só alegria,

Como o doce da luz do sol de cada dia

Eu também sei reconhecer

Que o breu da noite faz parte de mim.


E mesmo sabendo o quão livre eu estou

Sinto saudade da almeja

E da alma pequena que me acorrentou.


Apenas costume de não saber viver

De acreditar que as lágrimas regarão meus sonhos

Quando os sonhos já não fazem sentido.


Já não me resta descobrir quantas interrogações há em mim,

Cabe-me aceitar os pontos finais.

Porque a vida vai continuar zombando

E as horas passando como sinais.


E o tempo não espera,

É como flor de primavera

Que quer brotar.


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