sábado, 22 de agosto de 2009

Separação sem soneto

Despreza minha mania medonha de morder o lábio inferior quando estou em meio ao ócio. Do teu sabor eu só preciso de água pra empurrar.
Do fim, eu só temo o rumo. Porque o fim nunca chega, e o rumo? Ele não existe.
Não pra quem ama. E o fim, existe pra quem ama?

Não.

O amor existe para o fim, para transpor as barreiras do tempo e do infinito, e das margens da distância, até mesmo à sete pés do chão. Do amor apenas o amor sobrevive em meio o tempo.
E dos planos, o que fazer? Não fazer.
Os cavalos marinhos da música já não fazem sentido algum, e não há mar gelado em que eu possa mergulhar e te pedir a mão. Não há mais mão. Só mar.
Delírios e palavras soltas, e os pés cortados não atingem o chão. A gente sente falta de uma parte nossa, que a nós nunca pertenceu. É a maldita hora do adeus daqueles que não partem.
É o não dar certo e o desajuste dos ponteiros. Mas não é o fim.
Porque o fim não existe. Nem o começo.
Você apenas nomeia instantes diferentes pra se situar no tempo, enquanto o tempo te arrasta e te leva pra outros ares, deixando suas palavras lançadas ao vento e aos ouvidos dos que ficam pelo caminho.
Talvez o vento nos faça girar, nos encontre num mesmo lugar de novo. Mas até lá,
Há de se viver.

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