sábado, 22 de agosto de 2009

Passarinho


Hoje toda distância e saudade
Invade e aumenta
Por te lembrar sinto que aperta
O desejo e a meta de te lembrar.

Hoje todo amor de verdade
Se entrega a vontade de renascer.
E por saber que ele não é de passagem
Alimenta a vontade de não deixá-lo morrer.

Hoje por saber que já não existe
Nasce uma lua triste que me lembra você.
Ao redor a lua insiste em tornar-nos
Um pequeno pedaço de luz a viver.

Somos como o chão e sabão misturados
E o sabor do pecado de corpos distintos.
Somos o gelo e o copo quebrado,
Derramando as lágrimas do que era lindo.

Seremos talvez duas pequenas saudades
Das raras tardes e do amor das noites.
Seremos o gosto dos beijos amigos
Dados e devolvidos.

E o tempo passou.
Ainda ouço o passarinho.
E o amor não passará.

Ele me acordará eternamente sorrindo,
Um delicioso bom dia a vir me despertar para o próximo sonho real.
Se a realidade acaba, eu me pego sorrindo
Porque o sonho de te amar não terá final.

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