sábado, 22 de agosto de 2009

Vidro fumê

Será que todos nós somos bem aquilo que acreditamos ser? O que dizem de você é realmente o que você é? Quem vai saber...
Você é aquilo que se vê no espelho? Ou o que reflete de fato não somos nós? Talvez ninguém seja como pensa. Não estou relatando características do tipo, gordo, magro, baixo, alto. Não é bem disso.
Até porque os estereótipos já se encarregam disto.
Eu digo daquela sua verdade lá da alma. Mas você tem alma? Já a viu? É, suponho que não.
Isso são como as verdades. Como as nossas verdades.
Sempre haverão metidos que são humildes, e humildes que no fundo escondem um pensamento mesquinho e superior. Aqueles maldosos, que aparecem nas ruas com ar de bondade. Mas não seria bondade e maldade relativos a quem sofre e comete determinado ato?
Pois bem. Talvez não haja nenhum humilde que não esconda algum momento egoísta e esnobe no seu interior. Tampouco um bondoso que suporte maldade sem revidar. Revidar maldade é bondade?
Complexo, sei bem.
Nós somos complexos. Nós, figura alta, magra, baixa ou gorda que o espelho nos mostra diariamente? Ou aquele nós que nós mesmos desconhecemos?
Acredito até que já nos conhecemos, mas ainda há aqueles que passam do outro lado da rua para não precisar cumprimentar-se.
Acho que eu sou um tanto diferente dos demais. Diferente ainda assim, de mim.
Para mim já não basta o comum, o passível, tampouco as regras e os limites que impõe e desrespeitam. Quero liberdade com muito mais que quatro sílabas, a quero viva e pulsando em minhas mãos.
Estou me decifrando, aos poucos abandono as bússolas e a trilha de pedrinhas que eu faço pra cada passo que dou. Já não preciso ter medo de não saber voltar.
Preciso sentir o sabor de errar, mas eu não preciso gostar. Preciso?
Corrigir os erros é a única forma de revirar o passado sem andar pra trás.
E trás pra mim não é mais mistério, eu sim sou um mistério. Eu e todos os outros pronomes que vivem dentro de mim.
E sabe, eu tenho tempo pra descobrir toda essa liberdade.
Talvez eu queira até prendê-la em mim.
É necessário a prender.
Aprender.

Um comentário:

Ryan da Silva disse...

Apaxonei-me por este, meu preferido desde entao, ainda nao acabei de ler tal coleçao...