sexta-feira, 11 de setembro de 2009

(En)quadro


Aqueles velhos traços empoeirados na parede
Com suas molduras riscadas e escurecidas
Traziam-me lembranças da minha árdua vida
Lembranças nas quais eu já padecia
E quando vejo o quadro da minha história
As tintas fracas que antes eram coloridas
Me recordavam da grande moldura
Na qual sempre enquadrei a minha vida
E que hoje parece, enfim, findar
E onde tudo começou, cada linha, cada cor
Vai embora com a vida
Que eu hei de deixar.
Mas quando olhares pra parede
Poderá ver por cada lugar que eu caminhei
Cada olhar que no meu coração ficou
E me encontrará preso em moldura para sempre.
E quando achar que não estou aqui
Terá no canto direito, da parede ao lado
Motivos pra lembrar de mim
E hoje eu vou embora para o meu lugar
Deixo aqui, a pintura em tinta óleo do suor da minha estrada
Deixo a paisagem que criei pela caminhada
Motivo pra existir, enquanto o quadro empoeirado da parede,
não cair.

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