sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Vôo


A minha cara de forte não amedrontava nem mais o espelho. Era patético eu acreditar em tamanha força enquanto o mundo lá fora girava e me deixava tonta.
Na vida um papel me cabe, e em mim não cabe nem mais um dia cinza. Era de cor e de luz que vinham banhados os dias do mês. Havia tanto choro em mim, quanta sentimentalidade...
Quanta ilusão de crer que o sol brilhava mais forte na janela alheia. Estávamos então todos na chuva, esperando o mesmo calor, embaixo de lençóis. A vida passava como um filme rápido, mudo e sem cor. Ah, e que falta às vezes faz a comédia romântica.
Meus sonhos pesavam sobre mim a vontade de acontecer, e minha pele clamava o calor do sol. A liberdade era um fato mentiroso, eu ainda estava presa nos sonhos e em mim. Descobri que era o próprio peso das minhas asas que não me deixava voar.
Ao mesmo tempo, descobri que a leveza das coisas está no sentir, e não no pensar.
Sim, posso ser frágil e sensível demais. Com aparência multicolorida de invisíveis cores, apenas vistas pelo coração de poucos. Talvez eu seja realmente pequena e quase uma folha de vidro, tal qual uma borboleta. Porém, é em meio aos ventos que meu show acontece.

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