sábado, 19 de setembro de 2009

O diário do pássaro


Vivo. E com tão pouco eu sou tão feliz.

Aprendi a abrir as asas quando ainda nem havia sido gerada,

Aprendi a correr antes de andar.

Sonho com a vastidão dos céus, mas não troco nada pela pequeneza de ser quem sou.

Acredito que tudo que acontece tem um propósito, se não eu não estaria aqui, vivendo como vivo.

E idealizo. Idealizo tudo para dar certo, monto milhares de quebra-cabeças num só instante, penso mais do que qualquer outro mortal.

Sou completamente diferente do que você se acostumou a gostar, vou te fazer ser curioso até descobrir quem sou de verdade. E isso pode te irritar, te fazer desistir.

Aos que chegam lá, na minha vida descansam por muito tempo.

O espelho me mostra um lado que às vezes eu desconheço. Casca que abriga muito mais do que um corpo. Abriga sonhos, pensamentos, saudades, lembranças, sorrisos, lágrimas, abriga tudo que eu construí através do tempo.

E eu gosto de voar. De 0h às 5h da manhã. Sou só eu, a lua e o ar.

E quando o sol aparece, eu tenho que voltar, esconder as asas que me levitavam no ar.

Não, eu não sei voar.

Nem tudo que penso é dito, mas tudo que digo, eu penso.

Eu pensei que seria legal se fosse verdade, mas não é.

Nesse horário eu vôo de uma outra forma, não menos eficiente.

Sou quase um pássaro decadente de asas, mas alguém que voa com os pés no chão.

E as asas, que me foram negadas,

Hoje me fazem voar com o coração.

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